Reforma da Justiça

E ainda houve gente que acreditou quando este governo, Este Primeiro Ministro, negaram que tal estivesse no horizonte!! Ah, mas claro, faz parte do pacote de medidas para combater a tal crise internacional...

A história é sempre a mesma. Uma instituição portuguesa (neste caso, o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa) consta de uma lista de 407 think thanks mencionadas num estudo internacional. Logo a dita instituição, de forma absolutamente normal e racional, quer tirar o proveito publicitário de dito estudo. Os jornais limitam-se ao press release de dita instituição. E, em breve, podemos ler que a dita instituição é uma das melhores do mundo. Ninguém olha o documento original que, como sempre, está a um click de distância. E quando vemos o documento, a coisa é bem distinta. Existem, segundo os autores, 19 think thanks em Portugal, apenas um chega à lista dos 407 estudados pelo documento, e este think thank não aparece em nenhum dos rankings (top 50 mundial, top 25 europeu, etc.) pelo que evidentemente as conclusões do trabalho são bem distintas do publicado pela imprensa portuguesa e confirmam múltiplos estudos anteriores: O panorama é mau em termos de qualidade académica nas ciências sociais.

A crise internacional apagou os excelentes resultados das reformas estruturais do actual governo. Mas, segundo a rapaziada do Governo, pelo menos uma tinha ficado: a tal consolidação das contas públicas, autêntico milagre conseguido com a determinação do actual PM e o sentido de responsabilidade do PS que infelizmente faltou na direita do embuste das contas públicas. Quer a consolidação, quer o embuste aliás confirmados e reconfirmados por esse exemplo de rigor e independência que é o actual Governador do Banco de Portugal. Infelizmente, acabou a ficção. A conhecida agência de rating internacional veio dizer que esse milagre socialista, esse sim é um embuste. Bem pode o Governo pregar e fazer toda a propaganda que quer, ela não funciona fora de Portugal.

E crescimento acima da mediocridade habitual, talvez lá para 2020... Good Luck!!

Esta semana o Senado dos Estados Unidos não permitiu o sucessor de Obama tomar o seu lugar. Felizmente que o Partido Democrata é um modelo de virtudes. Foi notícia de destaque nos jornais europeus de referência. Hoje o Tribunal Supremo de Illinois vem dizer o óbvio; o que fez o Senado em geral e o Partido Democrata em particular é ilegal. Está aqui. Claro que não é notícia. Não interessa. Não encaixa bem na liturgia do Yes, We Can.

Desde que cheguei ontem à noite a Tel Aviv:

-- não consegui jantar onde queria porque o centro da cidade estava encerrado devido a uma manifestação antigovernamental com bandeiras palestinianas contra a guerra na faixa de Gaza;

-- o supremo tribunal israelita decidiu de forma favorável uma acção interposta por jornalistas, incluindo a associação dos jornalistas internacionais, que obriga o comando militar israelita a autorizar jornalistas na faixa de Gaza para mostrarem ao mundo o que ali se passa;

-- a oposição política dos partidos árabes e grupos israelitas de direitos humanos anunciam os meios legais e políticos que vão utilizar para castigar os comandos militar e político desta guerra que, como em muitas vezes anteriores, poderá levar a importantes consequências para os generais que mandam na guerra.

Surpreendentemente, mesmo com a CNN e a BBC World com cobertura 24 horas, ainda não ouvi:

-- as manifestações anti-Hamas na Palestina, eventualmente com bandeiras de Israel;

-- o supremo tribunal palestiniano (??) decidir que o Hamas tem que mostrar aos jornalistas internacionais o arsenal militar bem como a sua estratégia de defesa;

-- os meios políticos e legais que a oposição ao Hamas vai utilizar para castigar os comandos que violaram a trégua ou utilizam civis como escudos humanos.

Estou também muito surpreendido que os milhares de revoltados contra os malvados sionistas ajudados pelo monstro Bush e pelo traidor Obama ainda não tenham chegado à faixa de Gaza como brigadas internacionais para ajudar o Hamas. Que fácil é fazer a guerra, julgar os bons e os maus desde o conforto da sua casinha à beira-mar plantada. Pelo menos, noutros tempos, a esquerda heróica fazia mais e falava menos.