segunda-feira, agosto 22, 2005
Ventos de mudança na Alemanha
A apresentação da equipa governmental da CDU na mais que esperada vitória (está claro agora que a inesperada vitória do SPD em 2003, tal como dos conservadores no Reino Unido em 1992 ou do PSOE em Espanha em 1993, apenas agonizou um governo sem projectos, uma forma de adiar o inevitável que acaba por gerar enormes custos económicos) bem como perfil dos gurus económicos do FDP, companheiro de coligação, atencipam reformas sérias e profundas. Não será o thatcherism, mas finalmente se vai poder impulsionar o crescimento económico na Alemanha com medidas saudáveis e reformas mais que necessárias. Passou de alguma forma menos discutido a equipa para as áreas da Justiça e Interior, que pode ser caracterizada como fortemente law and order. Esperamos pois importantes reformas na área penal que podem aproximar a Alemanha do Reino Unido e da França, nomeadamente penalty enhancements, plea-bargaining, reforma da juveline justice, hate and bias crime laws com aplicação à política anti-terrorismo.
Comments:
<< Home
In Jornal de Negócios 24.08.2005
Fernando Sobral
Portugal marca?
fsobral@mediafin.pt
--------------------------------------------------------------------------------
Portugal tornou-se, por momentos, o maior consumidor de fotocopiadoras do mundo. O ministro Manuel Pinho, conhecido por ter muitas obras de arte em casa e por escrever textos de opinião em jornais, decidiu ter uma terceira actividade: ser um corsário de ideias.
Há que elogiar o ministro: um pirata pilhava para ficar com tudo para si, um corsário tirava aos outros em nome do Estado. É assim que, aparentemente com orgulho, porque as boas ideias são para se pilhar, Manuel Pinho vai lançar uma campanha no exterior de promoção do país. Vai chamar-se «Portugal marca». Porque há uma década a inovadora campanha do país vizinho «Espanha marca» deu resultado.
Recordemos, já agora, que nas últimas autárquicas, a campanha vencedora de uma localidade da margem sul era «O Barreiro marca». A ideia de Manuel Pinho peca apenas por atraso: 10 anos face a Espanha e quatro anos face ao Barreiro. O pior é que quem decidiu não teve uma ideia: copiou outra. Isto é: Portugal, no exterior, vai ser uma fotocópia mal feita de Espanha. Como conceito de diferença é um caso para rir. Como sinal de mudança é uma parolice. Como resultado de uma nova postura de Portugal no exterior é comportarmo-nos como um país com défice de ideias. Somos, simplesmente, um eficaz funcionário de fotocópias.
Enviar um comentário
Fernando Sobral
Portugal marca?
fsobral@mediafin.pt
--------------------------------------------------------------------------------
Portugal tornou-se, por momentos, o maior consumidor de fotocopiadoras do mundo. O ministro Manuel Pinho, conhecido por ter muitas obras de arte em casa e por escrever textos de opinião em jornais, decidiu ter uma terceira actividade: ser um corsário de ideias.
Há que elogiar o ministro: um pirata pilhava para ficar com tudo para si, um corsário tirava aos outros em nome do Estado. É assim que, aparentemente com orgulho, porque as boas ideias são para se pilhar, Manuel Pinho vai lançar uma campanha no exterior de promoção do país. Vai chamar-se «Portugal marca». Porque há uma década a inovadora campanha do país vizinho «Espanha marca» deu resultado.
Recordemos, já agora, que nas últimas autárquicas, a campanha vencedora de uma localidade da margem sul era «O Barreiro marca». A ideia de Manuel Pinho peca apenas por atraso: 10 anos face a Espanha e quatro anos face ao Barreiro. O pior é que quem decidiu não teve uma ideia: copiou outra. Isto é: Portugal, no exterior, vai ser uma fotocópia mal feita de Espanha. Como conceito de diferença é um caso para rir. Como sinal de mudança é uma parolice. Como resultado de uma nova postura de Portugal no exterior é comportarmo-nos como um país com défice de ideias. Somos, simplesmente, um eficaz funcionário de fotocópias.
<< Home