terça-feira, dezembro 19, 2006

 

Ranking das Faculdades de Direito

Sem desculpas mas sem surpresa, no ranking das 100 melhores faculdade de Direito fora dos Estados Unidos não consta uma única instituição portuguesa, todas excelentes como se sabe. Em compensação, o Brasil entra com duas faculdade de Direito: São Paulo (53) e FGV (68).

Comments:
Embora nao cause, de facto, qualquer surpresa, o metodo utilizado no ranking parece muito discutive: contar o numero de "downloaded papers". Como nenhuma faculdade de direito portuguesa tem publicacoes com projeccao la fora, nunca poderia aparecer. (Tenho algumas duvidas que Sao Paulo e FGV sejam melhores que qualquer faculdade de direito portuguesa. Em Sao Paulo, por exemplo, os livros de Joaquim Gomes Canotilho sao venerados. Os meus colegas brasileiros de Sao Paulo aqui em Harvard tem as mesmas queixas que eu das faculdades de direito do pais deles).

Entretanto, parece-me muito discutivel que Tilburg seja numero 1. Melhor que Oxford e Cambridge? Oxford pode ter um espirito medieval, mas por exemplo em filosofia do direito analitica, uma area de enorme prestigio academico, e de longe a melhor instituicao no mundo (incluindo qualquer rival nos E.U.A.)

Dito isto: mesmo que nao fosse o caso de termos pessimas faculdades de direito - e temos - nada do que se produz em Portugal tem qualquer especie de projeccao la fora. E isto porque se continua a pensar que a Revista da Faculdade de Direito de Lisboa e melhor que a Harvard Law Review...
 
Ja agora: o modelo a seguir para a reforma das faculdades de direito deve inspirar-se na experiencia bem-sucedida da Nova de Economia. Apesar de nao ser uma instituicao de topo mundial, a Nova de Economia esta plenamente inserida no mapa academico internacional. Se houvesse um ranking equivalente para economia nao me espantaria se ocupasse uma posicao entre as 15 primeiras.
 
Os critérios do ranking valem o que valem. Evidentemente que são muito deficientes quando comparados com os rankings de economia ou de direito dentro dos EUA, mas é o primeiro. Salta à vista que abaixo das 20 primeiras tudo são pequenos números e portanto uma pequena variação pode ter consequências enormes na posição relativa.

Contudo este ranking mostra que nem em pequenos números temos uma faculdade de direito com a mais elementar projecção internacional. Por outras palavras, a investigação em Direito em Portugal é absolutamente medíocre o que contradiz aquilo que vemos escrito tantas vezes, isso do grande professor X de reputação internacional...
 
Nos rankings internacionais de economia, a Nova não está nos nos 15 primeiros nem de perto nem de longe. Está cerca do 200 a nível internacional e do 60-70 a nível europeu.
 
Seria possível postar a lista neste blog. Não consigo acesso a mesma por não ser associado.

Desde já agradeço pela atenção.
 
Ranking Law Schools as June 2007 (ainda nenhuma portuguese consta):

1. Tilburg
2. Melbourne
3. Oxford
4. Sydney
5. Haifa
6. Toronto
7. Cambridge
8. Ghent
9. Max Planck Institute
10. Leuven
11. Amsterdam
12. Hebrew
13. Bologna
14. European University Institute
15. University College London
16. Bar-Ilan University
17. Radzyner School of Law
18. Genoa
19. Tel Aviv
20. Ottawa
...
58. Sao Paulo
...
101. FGV-Law
...
131. Universitat Pompeu Fabra
...
179. Burgos
183. Valladolid
 
Olá, sou brasileira, filha de portugueses, formada em direito e gostaria de saber a opinião de vocês sobre quais são as melhores faculdades de direito de Portugal.Gostaria de especializar-me em Direito Fiscal. Há um curso na Universidade do Porto. É uma boa instituição de ensino?Obrigada.
Mara
meu email é: maram238 arroba hotmail.com
 
Chamo-me Félix, sou de Angola. Fiquei impressionado com a mentalidade colonial do primeiro comentador por ter ficado estarrecido ao não ver uma faculdade de Direito de Portugal entre as melhores do mundo. O referido individuo sustenta que duvida que a USP e FGV estejam acima de qualquer faculdade portuguesa. Por amor de Deus, será que àquelas faculdadezinhas de Direito espalhadas por Portugal são melhores que a USP? As faculdades de Direito de portugal só são melhores para os portugueses e para os países africanos de expressão portuguesa. Ponto final. Acredito que a de Coimbra e a de Lisboa pode se ombrear com a da USP ou da FGV, com algumas dúvidas.O que restou de Coimbra é o seu mediavalismo e mais nada, e isso só serve para história e museu. Universidades novas como a de Harvard são infinitamente superiores que a de Coimbra. É importante que os portugueses comecem a se habituar com a idéia de que nas suas ex-colónias tem homens pensantes, capazes de fazer coisas extraordinárias que eles não conseguem. Veja, numa ouvi falar de uma viatura de marca portuguesa, mas já ouvi dizer que, actualmente, os brasileiros são dos maiores produtores do mundo de aviões de médio porte. De marca própria. Eu creio, sem preconceitos, que os cursos de Direito da USP e da FGV podem ser melhores que os ministrados em muitas universidades portuguesas.
 
Claro que são.
Tão boas que o Brasil é dos países mais corruptos do mundo.

As melhores universidades de Direito a funcionar bem, hein? xD

Get real, mas é.
 
candidatei me este ano a faculdade de direito em coimbra, mas tive informaçoes de que neste momento essa faculdade está um caos e k a melhor é a catolica no porto...gostava saber a opinião de alguem k frquente neste momento a FDUC ou k saiba o k se la passa... obrigada;)
 
nao entendi qual a ligação entre a corrupção no Brasil e a qualidade das faculdades de direito. foi um comentário feito sem nenhum tipo de embasamento, afinal, a maioria dos governantes no Brasil nem mesmo tem formação superior tome como exemplo o presidente que nem mesmo ensino fundamental completo tem. menos de 30 % dos polícos tem ensino superior. O Brasil tem grandes faculdades de direito sim! a USP e a Fgv são exemplos disso e vêm realizando grandes trabalhos acadêmicos e de pesquisa no ramo do Direito. A falta de conhecimento das faculdades e conhecimento das mesmas através de terceiros, é que leva a esta conclusão erronea e precipitada!
 
A todos,
Sou brasileiro. Formado na Universidade Estadual Paulista. Universidade Pública que mantém um curso de Direito com programas de Bacharelado e Mestrado. Também obtive grau de Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Universidade Particular que mantém um curso de Direito com todos os programas de ensino, do Bacharelado à Livre-Docência.
Observei que a maioria dos colegas mencionou a USP e a FGV como as Universidades/Faculdades de Direito referência no Brasil. Mas isso não é verdade. Certamente o critério estabelecido no ranking publicado acima é discutível e duvidoso.
A USP é, sem dúvida, a Faculdade de Direito com mais prestígio no Brasil. Mas não é a única. Há muitas outras. Em sua maioria, as instituições brasileiras de ensino no ramo do Direito são as faculdades públicas. Há várias, USP em São Paulo, mas também no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e tantas outras. Sem esquecer da própria Faculdade de Direito da UNESP, que também é uma Universidade Pública. Todas elas estão entre as melhores faculdades brasileiras. Páreo a páreo. A diferença entre elas não se afigura, nem se destaca pela estrutura da Universidade ou pela quantidade de recursos financeiros investidos no ensino e na formação dos professores ou em pesquisas. Em verdade, o grande distintivo dessas faculdades é o nível de conhecimento, cultura e inteligência dos alunos. São os alunos dessas faculdades que se destacam. E isso não é por acaso. Isso acontece porque essas faculdades são gratuitas, e, no Brasil, um pais com milhões de jovens, a concorrência e disputa para obter uma vaga nessas faculdades se transforma numa seleção extremamente acirrada, que eleva e muito o nível dos alunos aprovados. Essa seleção por excelência faz o nível de aprendizado ser muito otimizado sob o aspecto qualitativo. É pura seleção por excelência. Ao contrário, há diversas Universidades Particulares com excelentes e renomados cursos de Direito. Uma das que mais se destacam é a PUC/SP, como também a PUC/RJ, PUC/RS e PUC/MG. São excelentes. Mas são exceções. A grande maioria das faculdades de Direito particulares no Brasil são receptáculo dos alunos contingentes, dos alunos que não conseguiram acessar as faculdades públicas, e por essa razão, por seleção, são alunos que apresentam níveis de aprendizado inferior. Por óbvio que há alunos muito bons nas faculdades particulares, mas são poucos. A FGV é uma Universidade prestigiada. É uma Universidade Particular, embora seja uma Fundação. O curso de Direito é recente, não tem tradição e ainda está engatinhando. Há muito o que ser aprendido e desenvolvido. Um traço marcante é sua vocação à interdisciplinariedade com as matérias economicas e empresariais. Mas isso não garante, por si só, um nível desejado de ensino jurídico. Ao contrário, as discussões e debates são muito mais influenciados pelas práticas empresariais e economicas do que, propriamente, pela cultura e exegese jurídica. Os professores são grandes profissionais do Direito mas tem pouca experiência de Cátedra. Claro que há os grandes juristas para referendar o renome da FGV, mas são "padrinhos" que emprestam suas credenciais para elevar o nível da faculdade. Porém, a FGV é muito cara em relação às outras, então, se o conhecimento é a o crivo para o acesso às Universidades públicas, no caso da FGV o crivo é a capacidade econômica. Só os alunos abastados, de berço de ouro podem pagar o preço do ensino que se desenvolve na FGV. Nada contra, pois esse fenomeno é muito comum nos EUA. Mas, não se pode dizer que a FGV é uma referência nacional em matéria de ensino jurídico, porque não é. Ela é sim, uma faculdade pioneira, que absorveu o conceito de do Direito empresarial, das ferramentas da economia e administração de empresa, portanto uma faceta bem específica no mundo jurídico, e que tem muito o que melhorar, muito mesmo. Como sei disso, porque já cursei uma pós-graduação em Direito na FGV, e sei, na prática, que os objetivos da FGV ainda estão longe de serem alcançados como ícone do ensino jurídico no Brasil.
Enfim, amigos, a realidade é sempre diferente quando aproximamos o observador do objeto analisado!!!
Saudações a todos.
M.
 
Lendo os comentários acima, observo que o "ranking" noticiado deve ser visto com ressalvas e sob a ótica da metodologia aplicada, isto é, deve ser necessariamente relativizado.Assim, no Brasil, é consenso que faculdades de direito públicas, em razão da gratuidade, trazem para si um grande contingente de vestibulandos e, consequente,uma melhor seleção , formando, geralmente, bons profissionais( exemplo : a mais tradicioanl:USP/SP). No entanto, também é consenso no Brasil que muitas faculdades particulares já tradicionais , a exemplo da Mackenzie (SP), Pucs, ombreiam-se às melhores públicas. Quanto à Universidade de Coimbra ( DIREITO), sejamos francos e respeitosos: essa vetusta instituição está acima de qualquer "ranking", ainda é o sonho de portugueses e cidadãos do mundo lusófono.
 
Sou formado em Direito pela USP, mas achei os critérios desse ranking absolutamente arbitrários e sem sentido.
 
Olá Pessoal,
Sou Brasileiro, formado pela PUC-SP. Sinceramente, nao consegui, até o presente momento, entender o motivo da inclusão da FGV entre as melhores do mundo. Nada contra tal faculdade. Mas sejamos realistas, que tradição tem a F. Getulio Vargas na área jurídica? Uma faculdade, no meu ponto de vista (respeitando os outros, é claro), que "elege seus frequentadores" pelas suas capacidades economicas e nao por sua capacidade intelectual, sem dúvida nao está entre as melhores. Qual personalidade de expressão jurídica que se formou na FGV? Na USP temos nomes renomados como Candido Dinamarco, João Mendes Junior, Miguel Reale e muitos outros que fizeram história nao só no Brasil, mas no mundo inteiro. NA Puc-SP não podemos nos esquecer de celso Antonio Bandeira de Mello, roque Antonio Carraza, Maria Helena Diniz, entre outros. E mais, nós paulista nao podemos, jamias, deixar de lado faculdades excelentes como UFMG, PUC - RS, UFPR, UFRJ, sem contar o Estado da Bahia que tanto vem formando novos juristas de primeira linha como Freddie Didier, Crisitiano Chaves e outros.
Novamente repito tranquilamente, que tal ranking nao reflete nossa realidade. O estudioso do direito e seus operadores, como juízes, promotores, advogados, delegados precisam, na faculdade, de uma aprendizagem humanista acima de tudo. Reale nos ensinou que o Direito deve, sem dúvida cumprir sua função junto a sociedade. devemos ser operadores de um direito social. Aprendemos o direito para aplicarmos à sociedade, diminuirmos a desigualdade e alcançarmos os ideais de uma estado social. É claro que devemos pensar em nossos sonhos pessoais, conquistas de capitais. Mas, sem dúvida se nao ajudarmos a coletividade por meio de nossa profissão não seremos pessoas realizadas. Disso, concluo de acordo com o pensamento exposto que o simples fato de intercalar o Direito com questões economicas, tributárias - pensando exclusivamente em vantagem pecuniária - não é, não será e nunca foi a melhor forma de ensinar Direito. E isso, eu aprendi na Puc, e tenho certeza que meus colegas "franciscanos" também apreenderam e muito.
Abraços
 
Olá! Eu sou estudante do ensino médio, pra falar a verdade não me equiparo a nenhum de vocês ai de cima (ainda). Mas queria seguir a carreira jurídica e fico muito confusa quanto a universidade que irei escolher. Moro em Recife e embora não tenha concluído o ensino médio, passei em Direito na UFPE, um curso concorridíssimo aqui. Queria saber quais são as referências de direito na ufpe... E por que o seu nome não é citado em todas essas listas...
Sempre ouvi falar que o curso de direito daqui só perdia para o da USP. Será que vale realmente a pena eu tentar na usp? Embora já fosse começar a cursar por aqui mesmo?
Obrigada, abraços.
 
Oi, alguém sabe dizer me se alguma conceituada faculdade de direito tem cursor on line?
Obrg
 
O que trabalha contra as faculdades de Direito portuguesas é o método arcaico de ensino. Cinco anos para fazer um Doutorado é surreal, enquanto isso em Oxford ou Cambridge um estudante em quatro anos faz dois mestrados e um doutorado. As universidades brasileiras não fogem muito disso, também estão encerradas em burocracia e inibem a criatividade discente. Tratam o estudante apenas como um cabeça oca que tem que encher esse espaço vazio com conteúdo, conteúdo, conteúdo.
 
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