segunda-feira, julho 28, 2008

 

Trabalhar os Rankings

Escrevia eu no Jornal de Negócios do dia 3 de Julho:

"Este tem sido o melhor governo a trabalhar os rankings. Foi na educação (o sucesso escolar é um excelente exemplo), na qualidade da governança (os múltiplos programas simplex desenhados para satisfazer o Doing Business, (…) Acontece que trabalhar os rankings pode ser politicamente rentável, mas não é sustentável. Trata-se, no fundo, de uma mera operação de cosmética que não altera o essencial. O problema é que o trabalho dos rankings fica bem nos jornais, abre noticiários, mas não engana os investidores que interessam e não muda os fundamentais da economia portuguesa. (…)"

Escreve o Diário Digital:

"Portugal surge como caso de sucesso num estudo do Banco Mundial (BM) pela medida Empresa na Hora, lançada em 2005, que permitiu reduzir o número de procedimentos e o tempo de espera para iniciar um negócio. O estudo «Celebrating Reform 2008», sobre as reformas efectuadas em todo o mundo, apresenta a medida Empresa na Hora, dizendo que «o seu sucesso inspirou outros países», tendo Angola e Cabo Verde pedido apoio legal e técnico, com base no modelo português."

[Evidentemente que não é o Banco Mundial, mas o Instituto Banco Mundial que protagoniza o Doing Business, um programa de acção neoliberal a que o governo socialista se rendeu em 2005]

Remata Vital Moreira:

"Num País que passa o tempo a carpir mágoas e a contabilizar desgraças, vale a pena de vez em quando celebrar os êxitos, como a simplificação administrativa."

Vai ser giro quando os custos desta simplificação administrativa começarem a aparecer. Nessa altura veremos se os papás do simplex aparecem. Afinal o simplex não tem custos económicos, dizem eles!

Por agora aguardamos o novo ranking da OCDE para celebrar o êxito da nova legislação laboral!!


 


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