Escrevia eu no Jornal de Negócios do dia 3 de Julho:
"Este tem sido o melhor governo a trabalhar os rankings. Foi na educação (o sucesso escolar é um excelente exemplo), na qualidade da governança (os múltiplos programas simplex desenhados para satisfazer o Doing Business, (…) Acontece que trabalhar os rankings pode ser politicamente rentável, mas não é sustentável. Trata-se, no fundo, de uma mera operação de cosmética que não altera o essencial. O problema é que o trabalho dos rankings fica bem nos jornais, abre noticiários, mas não engana os investidores que interessam e não muda os fundamentais da economia portuguesa. (…)"
Escreve o Diário Digital:
"Portugal surge como caso de sucesso num estudo do Banco Mundial (BM) pela medida Empresa na Hora, lançada em 2005, que permitiu reduzir o número de procedimentos e o tempo de espera para iniciar um negócio. O estudo «Celebrating Reform 2008», sobre as reformas efectuadas em todo o mundo, apresenta a medida Empresa na Hora, dizendo que «o seu sucesso inspirou outros países», tendo Angola e Cabo Verde pedido apoio legal e técnico, com base no modelo português."
[Evidentemente que não é o Banco Mundial, mas o Instituto Banco Mundial que protagoniza o Doing Business, um programa de acção neoliberal a que o governo socialista se rendeu em 2005]
Remata Vital Moreira:
"Num País que passa o tempo a carpir mágoas e a contabilizar desgraças, vale a pena de vez em quando celebrar os êxitos, como a simplificação administrativa."
Vai ser giro quando os custos desta simplificação administrativa começarem a aparecer. Nessa altura veremos se os papás do simplex aparecem. Afinal o simplex não tem custos económicos, dizem eles!
Por agora aguardamos o novo ranking da OCDE para celebrar o êxito da nova legislação laboral!!
# posted by Nuno Garoupa @ 8:37 da tarde